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sábado, fevereiro 28, 2004

Lições 11 

1º- Não confiar muito em nós próprios.

2º- Não confiar muito nos outros.






Poder de compra... Quem compra quem? 

O aspirador cá de casa avariou. Começou por umas faíscas, até que começou mesmo a deitar fumo. Após várias tentativas frustradas de remediar a situação, vimo-nos obrigados a comprar um novo. O nosso velhinho Hoover 1000 durou talvez uns dez anos.
O novo aparelho é mais pequeno, mais silencioso, tem regulador de potência, utiliza sacos mais pequenos. A qualidade de construção é, no entanto, inferior.
É a ilusão do poder de compra. Quanto mais capitalista se torna uma sociedade mais esta ilusão cresce. Na realidade, o nosso poder de compra não aumentou assim tanto. O que se passou foi que os preços dos aparelhos se tornaram mais assecíveis. À custa do quê? Da qualidade, obviamente. Eventualmente, em termos económicos, acaba por compensar. Fica mais barato comprar 2 aspiradores de fraca qualidade que durem 5 anos cada do que comprar um aspirador mais caro que dure 10. No entanto, chegado o fim da vida útil do objecto, que fazer com todo aquele lixo plástico e metálico? Reciclagem? Não, não. Muito caro. Reutilizar? Como?
E a produção? Se se estragam mais, há que produzir mais. Se se produz mais, há que emprgar mais gente. Mas se se empregar mais gente, tem que se gastar mais a pagar salários. Hum... o melhor é mudar as fábricas para um país de terceiro mundo. Salários reduzidos, mais mão de obra.
Ora, para produzir mais, vamos reduzir nos materiais. Não é precisa tanta qualidade. E já agora, substituem-se aqui estas peças metálicas do projecto por umas de plástico. Malditos designers e a sua mania de desenhar bons produtos. É preciso é que as máquinas tenham umas linhas atraentes, umas cores apelativas e que as pessoas se vejam obrigadas a comprar um novo aparelho daqui a uns tempos.
E lá se polui mais um bocadito o ambiente com a tóxica produção de plásticos. Contornam-se umas leis, passam-se umas luvas, etc. e tal.
No final, todos ficam mais contentes, todos gastam menos e todos ficam servidos. As gerações seguintes que limpem o lixo. Temos problemas mais urgentes nas mãos. Vamos lá ver a bola...






terça-feira, fevereiro 24, 2004

Johnny Urban 

O ócio dos fins-de-tarde-sem-aulas-na-faculdade dá nisto.
Uma foto do Lou Reed, outra do João e duas mentes brilhantes são uma mistura explosiva.



Silas e Claudia, 20/02/04.

Repararam como consguimos dar-lhe um ar decadente início-dos-90s?






segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Tara recuperável 

É tempo de vos dar a conhecer uma das mais dedicadas comentadoras do meu blog: Miriam.
Alguém que não tem preguiça de escrever um email com os seus comentários, sugestões, observações ou o que quer que lhe apeteça dizer a respeito, ou nem por isso, deste blog.
Geralmente, expressa-se mediante os versos deste ou daquele.
Passo a publicar um dos últimos poemas que me enviou e que me agradou particularmente.

Poema do poste com flores amarelas

Vieram os operários, puseram o poste de ferro na berma do passeio
e foram-se para voltar noutro dia.
O poste tinha sido pintado há pouco de verde
e quando lhe batia o sol rutilava como as escamas dos dragões.
Mesmo junto do poste, no passeio, havia uma árvore que dava flores amarelas,
e o vento fez cair algumas flores amarelas sobre o poste verde.
As pessoas que por ali passavam diziam "que chatice de poste",
mas o poeta sorria para as flores amarelas.



(António Gedeão- TEATRO DE MUNDO, 1958)

Obrigado Miriam.






Novos linkes 

Ora, após o fim-de-semana, é tempo de actualizar as hiperligações.

Como alguns de vós terão reparado, a Ninokas tem um link para aqui. Eu já nem me lembrava que ela tinha um blog. Mas depois recordei-me da nossa última conversa, lá para os lados de São Pedro de Moel, por alturas da comemoração da Implantação da República, esse nobre feriado. Falou-se de blogs.
Muito obrigado pelo link e espero que este blog te seja de bom proveito.

Para aqueles que queiram simplesmente ler um verso bíblico de vez em quando, está aí o blog do pastor João Regueiras, célebre cantor evangélico que não caminhou para a decadência após os anos de sucesso. Para quê dar opiniões quando se cita tão nobre livro?

Felicidades.






sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Buraco negro suga estrela, tudo isto na Via Láctea! 

Hoje de manhã fiquei a saber que, na nossa modesta galáxia, um buraco negro sugou uma estrela. Uma situação anormal, digna de nota, até porque o buraco negro se está a mover a uma velocidade impressionante e desloca-se em direcção à terra. Mas nada de alarmismos, porque o monstro anti-matéria denominado «GRO J1655-40» (simpático, não?) passará a uns bons anos-luz desta bola azul.

Agora imaginem a oportunidade que seria para nós, terráqueos, ter finalmente a possibilidade de descobrir o que escondem os buracos negros. É um sonho da minha infância. Sempre sonhei em poder um dia viajar até um buraco negro e descobrir o que esconde. Sempre afirmei que me voluntariaria para um expedição a um buraco negro.
Imaginem que é uma porta para um universo paralelo!
Imaginem que se descobriam outros mundos povoados já sugados antes do nosso!
Imaginem que se descobriam as portas para o Paraíso, ou o Inferno, ou outra coisa qualquer!
Imaginem que se descobria que não existia realmente nada! Para onde teria ido a matéria então? Seria possível a vida num mundo imaterial? E o que é o nada afinal?
Para minha tristeza, não me parece que venhamos a ter respostas a estas perguntas no nosso tempo.

Informações mais detalhadas acerca deste assunto aqui.






Frase do dia 

Passamos em frente a uma montra onde um cartaz de publicidade a diz: «Escolha a liberdade.».
A Rita lembra-se: «Para quê escolher a liberdade se posso escolher a heroína?»
(Risos)

Era uma piada, perceberam?

O diálogo continua:
S.: Ah ah ah! Essa vai ser a minha frase do dia, lá no blog!
R.: Pois, eu imaginei que tu ias dizer isso. E agora devias era escrever isto tudo lá também. Ah ah ah!
S.: Yah, e também que tu disseste isso.






quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Silas, o bom pirata. 

Hoje ainda fiz um esboço de tentativa de me tornar num utilizador do kazaa, mas não consegui encontrar satisfação. Continuo a preferir a pirataria tradicional.
Entretanto, apercebi-me que a pirataria tradicional tem uma componente social que a torna surpreendentemente educativa. Há aquele processo de ir conhecendo os gostos dos amigos. Além disso, emprestar um disco exige uma certa dose de confiança.
E depois, estes intercâmbios revelam bastante acerca da personalidade das pessoas. Não falo apenas do gosto, mas se a pessoa tem relutância em emprestar, se tem uma grande colecção de cds, se o disco está bem conservado, se a caixa já tem anos de utilização, se houve cuidado em fazer uma capa jeitosa para o cd pirata, se o cd é emprestado por auto-iniciativa, se foi comprado pelo aspecto, etc. Isso indica algo acerca da personalidade das pessoas, ou conta uma história da sua vida. Tudo isto cria cumplicidades entre as pessoas, fortalece as amizades, incentiva à interacção.
A pirataria na internet, como tudo o que adquire a dimensão de um grande comércio, perde aquela sensibilidade do serviço personalizado. Além de que, emprestar um cd, ou gravar um cd, não é um mero serviço, ou uma transacção comercial. Faz parte de uma relação.






Links, ou linques, conforme queiram. Tanto me faz. 

Agradece-se e retribui-se o link da Ilha de Patmos. Fico abismado pela forma como o meu blog começa a estar divulgado. Não me recordo quem seja o senhor Tiago Queiroz mas estou curioso para descobrir como chegou até ao meu blog. Felicidades.

Junta-se a Deusa do Blog aos links. Já cá estava o site, mas junta-se também o blog, pronto. Dizem que o Paulo é do metal e parece que é filho dos padrinhos de casamento dos meus pais. Interessante, não?

Saudações bloguísticas (o que quer que isso signifique).






terça-feira, fevereiro 17, 2004

Coisas inacabadas 

Hoje, enquanto lia o último post do blog Flor de Obsessão, fixei-me na parte em que fala do hábito português de deixar projectos inacabados.
Então, lembrei de um poema que comecei a escrever há umas semanas. Não cheguei a acabá-lo. Talvez o acabe ainda, talvez não. Tudo tem um tempo e persistir em algo por obrigação não é uma postura que me agrade.


Naquele dia acordaste triste
E pensaste que ia ser só mais um
Mas encontraste um búzio
E puseste-te a escutar
Então, ouviste-o contar
Uma história do outro lado do mar.

Havia um velho pescador maneta
Que acreditava que o mundo era uma treta
Mas um dia espetou um prego no pé
E daí em diante mudou a sua fé.

Janeiro 2004






segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Fender Blue Flower Stratocaster Closeout 

Meus caros, guitarra linda, sem dúvida, é esta.



O preço é o mesmo.
O padrão não é o mesmo, mas é igualmente adorável. Mas não sei se não prefiro esta cor.
O kitsch pode ser delicioso, não é?






domingo, fevereiro 15, 2004

Fender Pink Paisley Stratocaster 

Sou-vos sincero... tenho uma paixão por esta guitarra.



Eu sei que parece abichanado, mas que querem? Cor-de-rosa é uma cor bonita... e aquele padrão parece mesmo feito a pensar em Portugal.
Se vivessemos nos 80s e eu fosse guitarrista de uma banda, comprava uma destas. Posso não gostar assim muito dos 80s, mas reconheço as suas virtudes.
É kitsch, sim. Mas acho pior aquelas strats que toda a gente tem da mesma cor... Esta tem piada mesmo pela sua carga pirosa. É de gargalhadas. E não deixa de ter a sua beleza.

Ou então, eu é que ando a ver o mundo muito cor-de-rosa, ultimamente.

Ah! O preço é que não é muito cor-de-rosa.






Quem se lembra de «Os Amigos do Gaspar»? 

O Pico-Pico-Manjerico era o meu personagem favorito.

É esta a memória que guardo dele:


O Sérgio Godinho era o autor das músicas. E percebo que é daí que vem o meu gosto pela sua música.
Era mesmo a minha série de animação favorita.






Brutos, broncos, ectoplasmas; 

São estas os únicos grupos religiosos verdadeiramente livres em França.

«Ai Jesus! Um véu!»
«Que disse você?, minha senhora?»
«Ali, ali, sr, agente!»
«Ah! volta cá, sua desavergonhada! Já não há moral...»






Parabéns 

Hoje, 15 de Janeiro, Jónatas Pires estará um ano mais próximo dos 20.
Vou repetir uma coisa que me disseram quando fiz 16 anos:
«É uma idade bonita.»

Um abraço.

Ofereço-te






Separem-se as águas. 

Depois da polémica em França em torno dos símbolos religiosos, Santana Lopes resolveu voltar à carga com as suas ideias de génio.
Desta feita, o presidente da câmara mais cara-podre da política nacional está apostado em colocar muros de separação para as faixas BUS. Leiam, está no Público.
Deixo à vossa consideração.
Haja idiotas!






sábado, fevereiro 14, 2004

Apresentação de vídeos - Raum für Projektion 

Hoje, pelas 22:00, na Galeria Monumental, ao Campo dos Mártires da Pátria, realiza-se a apresentação dos vídeos realizados no workshop «Make a Musicvideo for Xiu Xiu», uma actividade inserida no programa «em_trânsito», do Instituto Goethe Lisboa.
Para mais informações acerca do workshop, visitem Raum Für Projektion.

Em breves palavras, um grupo alemão, os Xiu Xiu, oferecem as suas músicas para servirem de base a experiências de vídeo.
Em colaboração com um colega, o Zé, realizei um video (muito lo-fi) para a canção «Play Knife».

Apareçam por lá às 22:00 se estiverem interessados.

Galeria Monumental, Campo Mártires da Pátria, 101
1150-227 Lisboa






Efeméride 

Não podemos esquecer a data que hoje se comemora. Um dia importante para muitos. Um dia em que as expressões de amor são de muitas e variadas formas.

Hoje, dia 14 de Fevereiro, Diogo Leôncio comemora o seu 19º aniversário.
Um abraço para ti. Estás um homem, rapaz!






sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Ainda acerca de Il Sorpasso 

Ah, pois, já me esquecia. Como a Patinha fez questão de referir, a filha adolescente da personagem principal está noiva de um velhadas chamado Bibi que ainda por cima é ricaço.

Lembrem-se que o filme é de 62.

Ah! E sabem o que é um «Amor-perfeito»?...






Il Sorpasso, 1962, de Dino Risi (realiz.) 

Há muito que me habituei a ir ao cinema sem me preocupar com a idade do filme. A arte é eterna (mais ou menos...).
Interessa-me uma boa história, um conto novo, qualquer coisa absurda, uma experiência diferente, qualquer coisa bem humorada.



Il Sorpasso (A Ultrapassagem, na tradução para o português) foi um dos melhores filmes que já vi no grande ecrã. E porque não seria capaz de fazer uma descrição suficientemente interessante, digo-vos apenas que não percam uma oportunidade de vê-lo.

Passou ontem (embora para mim ainda seja hoje), na Cinemateca Portuguesa.

Já agora, aqui fica o link para uma página sobre o filme (em italiano - é fácil de entender)

E antes que fiquem com uma ideia muito séria do filme... aquilo é de gargalhadas! O tempo todo! Genial!






Um dia difícil para Daniel Lima 

Avisa-se o mundo que esta ilustração é do Daniel Lima.
Avisa-se o mundo que foi publicada sem consentimento do autor.
Avisa-se o mundo que Miguel Esteves Cardoso é amigo pessoal do autor.
Avisa-se o mundo que não foram pagas as devidas verbas ao autor.
Avisa-se o mundo que o autor só soube da existência destes mupis hoje através de amigos e estranhos conhecidos, hoje mesmo.
Avisa-se o mundo que um dos momentos mais difíceis da vida de Daniel Lima foi hoje (quinta-feira), quando alguém lhe mostrou este mupi numa rua da baixa pombalina.
Avisa-se o mundo que mais que uma questão legal, trata-se de uma questão de honra.
E a honra de Daniel Lima dói muito neste difícil momento.
A nossa solidariedade está com Daniel Lima.








quinta-feira, fevereiro 12, 2004

«Não vejo nada, general!» 

Reparem bem... o que será que está errado nesta imagem?






quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Antídoto 

Hoje «é um bom dia para ouvir o Tiago Ramos tocar bateria.»

Borbuletas-Borbulhas, o milagre anti-melancolia.






Caio, não caio... 

A ler os comentários do blog Palavras que voam vou saltando entre os dois lados da barricada.
Por vezes, as explicações dos cristãos não me chegam, soam vagas. Outras vezes, os argumentos dos cépticos soam-me insuficientes e mais crédulos que os outros.
É que tenho o terrível vício de por tudo em causa, sabem?






terça-feira, fevereiro 10, 2004

Diz o alemão 

Hoje conheci um jovem alemão, de Hamburgo, que está a estudar no nosso país através do programa Erasmus. Esqueci-me de lhe perguntar o nome, mas isso pouco interessa (e isto levar-nos-ia a uma longa conversa).
Foi curioso ouvir as suas impressões sobre «este nosso jardim à beira-mar plantado».
Reparou, por exemplo, no contraste entre edifícios a caír de podres nas zonas mais antigas e a zona do Parque das Nações. É o nosso planeamento urbano da treta.
Como não podia deixar de ser, faz-lhe confusão o nosso jeito despreocupado e até irresponsável de fazer as coisas. E o calor... muito calor.
E reparou no modo de vestir. Parece-lhe bastante engavetado. Estuda Economia na Universidade Nova. Olha à sua volta e vê toda a gente vestida de igual. E ele é estranho, para os colegas. Há poucos que se vistam de modo diferente, como ele. Estranhos é só nas Belas-Artes (faculdades de artes em geral), entre nós. O visual das pessoas não as define. Mas a falta de originalidade distingue-as.
Fiquei a saber também que a faculdade em que ele estuda (cá em Lisboa) é das mais prestigiadas da Europa. Sendo assim, porque é que a economia do nosso país é como é? Será que os economistas portugueses são como se vêm? Todos iguais?
Se calhar, dá-se é demasiada importância à economia... e não é só em Portugal.






Quem quer comprar? 

Se eu já não morro de amores pelo dia de S. Valentim, hoje, então, vi o slogan mais horrendo para esta época.
Dizia assim: «amor escreve-se com maiúsculas: DKNY».

(Vómito)






Anunciado na Net! 

Vejam só o que encontrei aqui.

Vejam bem a imagenzinha que nos arranjaram...






segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Raquel Mendes, na Galeria Parthenon 

Raquel Mendes é sangue novo. Para os que ainda não ouviram falar dela: ainda estão a tempo.
Divirtam-se a discutir o que é escultura e o que é design. Ou tentem compreender como se materializa o tempo.

Exposição patente na Galeria Parthenon até 28 de Fevereiro.
Na Rua das Fontainhas, nº 40, 1300-257 Lisboa (Alcântara).

Mais informações.






Elogio 

Provavelmente, ele nem se apercebeu disso, mas quando o Huck me chamou, há dias, «deliciosamente desrespeitoso», fiquei felicíssimo.
Foi, sem dúvida, das coisas mais agradáveis que já me disseram.
Vejam, está aqui.






O melhor dos 80s... 

São os órgãos Yamaha Electone.

Embora o aparecimento destes aparelhos remonte a 1959, é aos anos oitenta que pertencem na minha imaginação. Sempre me pareceu que foram uma herança desprezada pela geração dos noventa. Estas maravilhas da electrónica tinham a particularidade de incorporarem uma caixa de ritmos do mais interessante que pode existir. Batidas secas, cuja tradição se manteve até aos nossos dias, sobrevivendo à horrível tendência mimética das caixas de ritmos contemporâneas. Harmónicos ao estilo dos Hammond. Enfim, uma panóplia de características que fazem destes instrumentos algumas das peças mais interessantes e divertidas da História da electrónica.

Ontem travei novo encontro com um modelo C-405 (?), de 1982, na Igreja Baptista da Maceira. Em colaboração com o Samuel (a cargo da mistura dos ritmos), viveram-se momentos de alegria incontida.


O meu tio Belchior também tem uma destas relíquias, mas é um modelo dos anos 80 que não me recordo da referência. Possivelmente um FE-60, de 1984. Super divertido e já com sons de piano electrónico, e com vibrato regulável. Muito digital, com botõzinhos suaves e as agradáveis batidas secas, com possibilidade de ajuste de graves e agudos. Maravilha. O encanto das tardes tórridas naquela quinta de Viseu.


O que eu não esperava era encontrar um clube de fãs, na Internet, dedicado exclusivamente a estes prodígios da electrónica. Com todo o kitsch adjacente a esse tipo de coisas. Estão lá todos os modelos, desde 1959. Alguns com direito a foto, outros não (são imensos!).
E há-os para todos os gostos, de todas as formas e feitios.
Por exemplo, o mítico D-1, o primeiro de todos. Modelos portáteis, de palco, da série YC , em vermelho, com suportes cromados e uma parte do teclado para o baixo, com as cores das teclas invertidas, ao jeito dos Hammond portáteis. Ou os da série EX, que perecem ter saído de um episódio melodramático do «Star Wars», ou do «2001, Odisseia no Espaço». E os modelos clássicos, como os da série D. Ou ainda um interessante CN-70, modelo compacto.

D-1

YC-20

EX-21

CN-70

Tudo isto e muito mais, na Electone Zone.






domingo, fevereiro 08, 2004

A Cinemateca Portuguesa... 

tem umas casas-de-banho muito asseadas.

Estava confortavelmente instalado no assento de madeira da sanita, quando reparei no interruptor da luz, delicadamente instalado entre os azulejos verdes que cobrem a metade inferior das paredes do local. Reparei que existiam uns pontinhos em relevo tanto na parte superior como na inferior do interruptor. Notei ainda que parte dos pontinhos da parte inferior eram pretos e mais baixinhos.
Logo encontrei uma explicação. Os pontinhos pretos mais baixinhos têm o objectivo de indicar aos cegos em que posição o interruptor acende a luz.
Então, lembrei-me que os cegos prescindem da luz para utilizar as retretes.

Excelente raciocínio...






sábado, fevereiro 07, 2004

Músicas
Mogwai, Garage, 5/2, 22:00
Orq. Metropolitana de Lisboa, Pl. da Ajuda, 6/2, 21:30 

Mogwai...
Nunca substimem 5 escoceses e um gato maltês,
que nos saltam em cima e nos fazem em três.
Passo a soletrar:
M-u-i-t-o B-o-m.

OML...
Wagner e Bártok. Excelente sucessão para a noite anterior.
Um bom consolo para ouvidos feridos. Fez-me tão bem... E foi tão bem tocado...
E Bártok é sempre um prazer para mim e o Siegfried-Idyll é um dos meus favoritos de Wagner.

Este post está demasiado sério...

Ok, ok, Mogwai foi melhor.

Estranha coincidência.
No final do concerto de Mogwai houve lugar para o cliché da corda partida... aliás... 3 cordas partidas, na guitarra do líder. Depois, o rapaz da esquerda, decidiu arrancar umas quantas da sua guitarra. (gragalhadas)
No início da segunda parte do concerto, o 2º violinista da 1ª estante quebrou uma corda também!
Se calhar... sou eu que provoco estas coisas...
Oh, não! Acham que é grave? Hum... este poder pode ser usado para o mal. Posso-me tornar um criminoso mutante! Como os da Marvel! Ajudem-me a escolher um nome, boa ideia?

pum-pum... pum-pum... crrrrrr! pum-pum... pum-pum...






quarta-feira, fevereiro 04, 2004

Preso por ter cão... 

Há quem se queixe que no meu blog é difícil encontrar evidências da minha fé cristã.
E há quem se queixe das evidências da minha fé cristã no meu blog.

Em que ficamos, mano?






Ainda sobre José Mário Branco... 

e em resposta ao cordeiro manso.

A tal composição com mais de 25 minutos (eu ouvi tudo até ao fim) chama-se Noite e pertence a um álbum com o mesmo nome e que possivelmente ainda não foi editado em CD.






A verdade nua e crua 

Se «toda a verdade é verdade de Deus», então que mal tem a nudez?






Meus senhores... 

Ele existe! Ele é real!


iuqa acilC!


A partir de hoje, leiam sempre o meu blog assim. Fica com menos espinhas.






terça-feira, fevereiro 03, 2004

Jim O'Rourke e José Mário Branco 

Ando a descobrir Jim O'Rourke, desde que soube que ele tem integrado os Sonic Youth.
Este jovem é um músico e tanto. Vejam só os inúmeros registos que constam na sua discografia, entre álbuns a solo, em banda ou participações.

José Mário Branco tem um disco com uma faixa com mais de 20 minutos. É obra! E consegue tornar aquilo interessante durante todo esse tempo. Tenho q saber mais...

Passam ambos na minha rádio.






Oevangelho é como este post, 

Chocou muita gente e quiseram silenciá-lo.



Há muitas maneiras de esfolar o rato.






Os mortos-vivos 

Não. Não se trata de mais um post motivado pela minha hipotética «atracção pelo oculto característica desta geração decaída e pecaminosa».
Vou falar de música. Mas não de rock gótico.

Não compreendo bem porquê, mas tem-me sucedido frequentemente conhecer bandas e músicos pouco tempo depois de desaparecerem, ou pouco tempo antes do mesmo. Por vezes, encantado com determinada faixa musical, vou à procura de mais informação acerca das mãos que a fizeram e deparo com a triste realidade de que a banda se desmembrou, ou o senhor ou senhora já morreu. Ou então, passado um anito, ou menos, de conhecer os artistas, eles suicidam-se, ou acabam com o grupo. At The Drive-In, Pavement, Red House Painters, Morphine, Portishead, Ornatos Violeta, Elliott Smith, Jeff Buckley são piratada que original, mas cheia de música original --, depare com coisas que nunca tinha ouvido nem falar mas que são surpreendentemente boas e comente: «Poça! O meu irmão gostava de coisas tão giras. Mas isto é tão antigo! Ih! 2003... 2001... 96! apenas alguns dos nomes que passaram à História demasiado breve para eu poder ir aos seus concertos.
Serve-me de consolação que a maioria das minhas preferências nacionais continuam aí para as curvas...

Não importa. Eles andaram a criar para a obra lhes sobreviver. Afinal, parece que conseguiram, não é verdade?
Apenas me entristece um pouco que, daqui por uns anos, quando a minha irmã mais nova, no desabrochar do fim da adolescência, ao vasculhar na minha discoteca -- mais 92! 86!! 83!! 78!!! 69!!! Nem sabia que se fazia música tão fixe nesse tempo...»
Acho que me vou sentir muito velho.







A juntar aos links 

Och Aye, admito-o, a Janela Indiscreta é um bom blog. Dos melhores, apesar de excessivamente sério.
Como dizia à minha mãe, respondendo à sua afirmação de que «o mundo precisa de coisas bonitas», eu acho que o mundo precisa é de coisas que o façam rir.
«A rir se castigam os costumes», disse alguém num momento de sabedoria.
O que nos vale é haverem blogs para equilibrar, como o Gato Fedorento.






Miau 

Prefiro os gatos aos cães.
As gatas do Tiago e da Rute ficam doidas com o som do meu oboé.
Hoje descobri o agradável prazer de desenhar os amigos felinos com o Moisés (um asseado animal, de grandes túbaros), o gato da Raquel e do Rui.






A felicidade vem às rodelas 

Valeu a pena ir a Arroios para encontrar isto.

O primeio álbum de Stephen Malkmus depois dos Pavement (e que recebeu o nome do próprio). Dez euros, em celofane original, edição japonesa (são giros, os caractéres). Refira-se que não é fácil encontrar esta rodela sonora. Está por dezanove euros na Fnac e antes da semana passada apenas tinha visto este registo à venda em vinil na Valentim de Carvalho (e já só havia um exemplar) há dois anos.

Vá-se lá saber porquê, diz no in-liner «I gave you a continuous present.»






domingo, fevereiro 01, 2004

E para não ser coerente... 

Definitivamente, o que marca a diferença entre o cristianismo e outros caminhos é o Amor... Duvidam? Então andam a vender-vos o Cristo errado. O verdadeiro é de graça.

Acerca da existência de Deus, leiam o simples e curto post do Joninhas, do passado Sábado, 31 de Janeiro.






Isto é que é vida... 



(imagens retiradas da internet pelo caro Joel)






Internacionalização... 

Não tenho por hábito reenviar e-mails. Frequentemente, nem me dou ao trabalho de ler aquelas mensagens-corrente que falam de doentinhos, sorte, azar, Dalai-Lamas, Deus, etc.
Porém, há dias, enviaram-me um texto curioso que acho que vale a pena ser publicado. Trata-se de um relato não publicado oficialmente de um discurso acerca da internacionalização da Amazónia. Como o e-mail pedia que ajudasse a divulgar a notícia, aqui fica o texto.
Desde já aviso que está escrito em brasileiro (essa língua que tantos teimam que não existe).

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador
do DF e actual ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado
sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. Um jovem
americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um
humanista e não de um brasileiro. Esta foi a resposta do Sr.Cristovam
Buarque: "De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra
internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham
o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista,
sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso
imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem
importância para a humanidade. Se a Amazônia, sob uma ética humanista,
deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de
petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o
bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar
disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou
diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma
forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres
humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um
país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas
decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que
as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia
da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de
todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à
França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas
pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o
patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de
um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,
decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso,
aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este
encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas
alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por
constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York,
como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos
Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris,Veneza,
Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua
beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo
inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de
deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais
nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de
usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do
que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus
debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a
ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da
dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do
Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos
as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde
nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda
mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças
pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que
elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam
viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a
Amazônia seja nossa. Só nossa!".


Não sei se tem alguma coisa a ver, mas enquanto transcrevia o texto ouvia Terrakota. O mundo é pequeno para tanta gente.






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